sábado, 25 de outubro de 2014

Perdas na agricultura podem chegar a 90% no Norte de Minas

Em Minas Gerais, 164 municípios já decretaram situação de emergência neste ano em função de seca ou estiagem, número registrado até nesta sexta. Destes, 131 estão nas regiões Norte, Jequitinhonha e Mucuri. Das 89 cidades que formam o Norte do Estado, 86 estão em emergência. Nas regiões do Jequitinhonha e do Mucuri, que reúnem 74 municípios, estão os 45 restantes.

“Estamos enfrentando a seca há três anos. As perdas em 2012 e 2013 já tinham sido de cerca de 70% na agricultura, mas, em 2014, a situação piorou. Em 2010, eram 220 mil hectares produzindo até 400 mil toneladas de alimentos como feijão, milho, mandioca. A produção não vai passar de 10% disso nesse ano”, afirma o engenheiro agrônomo e coordenador técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG), Reinaldo Oliveira.

O secretário de Agropecuária, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Malacacheta, Rodinei Aparecido Vieira Costa, descreve um cenário desolador na cidade do Vale do Mucuri. “Temos produtores que percorrem 3 quilômetros para buscar água para o gado. Muitos fizeram financiamento para comprar essas cabeças, que estão emagrecendo. A produção de leite caiu, no mínimo, 40% comparando-se ao ano passado”, diz.

Em Malacacheta, a Copasa e a Copanor, nos distritos, já estão fazendo rodízio e distribuindo água em regiões diferentes a cada dia. “Nossa preocupação é que estamos perfurando poços, mas não está saindo água”, declara o secretário.

Setubinha é outro exemplo da região, onde a grande preocupação é com a área rural. “Já tivemos perdas de R$ 1,34 milhão na agricultura e pecuária”, declara Walter Alves da Silva, secretário de Administração.


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