Depois que o
vilarejo Noiva do Cordeiro ficou conhecido mundialmente pelos boatos de ser um
cidade com centenas de belas mulheres em busca de marido, vale a pena contar a
história desse mítico lugar.
A origem do
vilarejo aconteceu em 1890, quando Maria Senhorinha de Lima, moradora do
povoado de Roças Novas, largou o marido descendente de francês com quem estava
casada há três meses para viver com o lavrador Francisco Augusto Araújo
Fernandes. A atitude da mulher, pouco comum na época, fez com que o casal e as
suas próximas quatro gerações fossem excomungadas pela igreja católica e
passassem a sofrer com o preconceito de todos da cidade.
Isso os levou a
se mudar para um terreno mais distantes da cidade, onde formaram uma família
que viria a se tornar o distrito. O nome só surgiu entre as décadas de 40 e 50,
quando uma das netas de Senhorinha se casou com um pastor, que fundou a Igreja
Evangélica Noiva do Cordeiro. A religião tinha preceitos conservadores e até os
anos 90 deixou a população em uma vida repleta de restrições, principalmente
para as mulheres.
Os moradores
ainda sofriam preconceito dos moradores próximos, sendo que as mulheres eram
tidas como prostitutas. Porém, foi a proibição da música que levou à extinção
da igreja evangélica. Após conseguirem a autorização para ter música em um
casamento, alguns do moradores que não sabiam o que era dançar ficaram
encantados com a possibilidade e extinguiram a igreja em 1990 e, hoje, existe
um bar no lugar da antiga sede religiosa.
Como os homens
costumam ir para a cidade para trabalhar assim que atingem a maturidade, as
mulheres precisaram se organizar em uma cooperativa. Algumas cozinham, costuram
e outras lavram a terra. Porém, ao invés de cada família plantar seus
alimentos, os moradores cultivam em uma só área, dividindo os frutos entre a
população.
Fonte: O Tempo
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